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O que aconteceu com a única pessoa do mundo que foi atingida por um meteorito?

Publicado 28 Dez 2016 – 09:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Em novembro de 1954, uma moça chamada Ann Hodges estava tirando um cochilo no sofá de sua casa na cidade de Sylacauga, Alabama (Estados Unidos), quando sentiu uma dor na região que fica entre a bacia e a coxa. Um meteorito de cerca de 4kg havia furado o teto de sua casa e a atingido.

Mais de 60 anos depois do acontecimento, este continua sendo o único caso computado em que uma pessoa foi ferida por um meteorito – embora muitos tenham caído em lugares inusitados, como em Nova York, Nova Orleans, na região central da Rússia e etc...

Por conta do episódio, muitos astrônomos chamam esse curioso caso de “ meteorito de Hodges”.

Mas, o que afinal aconteceu com Ann Hodges? Ela sobreviveu?

História de Ann Hodges

Uma imagem publicada na revista “Life” mostra a perna de Ann Hodges com uma imensa cicatriz. Ao ser atingida, ela achou que o gás de sua cozinha tinha explodido. “Quando ela notou que havia uma pedra do tamanho de uma toranja no chão e um buraco áspero no telhado, ela achou que as crianças eram as culpadas. Sua mãe, Ida Franklin, foi até o quintal de casa e viu apenas uma nuvem negra no céu”, descreve a Enciclopédia do Alabama.

Os policiais foram até a casa de Hodges e chamaram o físico Moody Jacobs em busca de entender o que realmente tinha acontecido. Mesmo depois de toda dor após ter sido atingida, Jacobs concluiu que não havia sérios danos.

Algum tempo depois, a pedra que parecia uma toranja foi entrega a geólogos, que afirmaram se tratar de um meteorito, que foi entregue ao Instituto Smithsonian, centro de pesquisas com sede na cidade de Washington. Depois de receber o material, o instituto não queria mais devolvê-lo, com objetivo de fazer uma análise minuciosa.

Então, um deputado do Alabama percebeu que o meteorito tinha valor cultural e simbólico, e exigiu que ele retornasse ao estado.

A história, claro, foi parar nos principais jornais – incluindo a revista norte-americana de maior circulação da época, a “Life”.

Por conta disso, Hodges achou que deveria receber uma indenização, ou pelo menos ter o direito de ficar com o meteorito que lhe causou danos no corpo. Recebeu uma oferta de US$ 5.500, em 1956, do Smithsonian (valor que, nos dias de hoje, equivale a R$ 163 mil). No calor do momento, recusou. Só depois, provavelmente arrependida, ela e o então marido faturaram bem menos.

Atualmente, o meteorito faz parte do acervo do Museu de História Nacional do Alabama.

Como Hodges ficou após o meteorito

Apesar da cicatriz, Ann Hodges não teve nenhum dano físico sério. Mas, ela não conseguiu se recuperar emocionalmente com toda a exposição midiática. Ann se separou do marido, Hewlett Hodges, em 1964. “Ambos concordaram que o impacto emocional e a perturbação causada por toda essa história do meteorito contribuíram para isso, e desejaram que a história toda jamais tivesse acontecido”, detalha o texto da Enciclopédia do Alabama.

Ann Hodges morreu em 1972, por complicações renais. Talvez o impacto do meteorito tenha sido determinante, embora nenhuma autoridade médica confirme.

Meteorito vale um bom dinheiro

O fato é que a única pessoa que realmente saiu ganhando com toda essa história foi um fazendeiro chamado Julius McKinney.

Um dia depois de Hodges ter sido atingida pelo meteorito, ele encontrou vestígios do astrólito numa estrada de terra perto de suas propriedades. “Era um pedaço com menos da metade de massa do pedaço encontrado na casa de Hodges, e com menos notoriedade também”, descreveu o jornalista de astronomia Phil Plait, na Slate Magazine.

McKinney percebeu que podia faturar com isso, e acabou vendendo o pedaço do meteorito para o Smithsonian. Com o dinheiro que recebeu, comprou outra fazenda e um carro usado – sem que, para isso, sofresse algum tipo de arranhão ou grande exposição midiática.

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